quarta-feira, 2 de julho de 2008

...Que "Oi" vai ser postada aqui também.

Ahn .-.
Decidi postar a história que tou escrevendo aqui também o_o
Sei lá porque, já que só posto num fórum de Zelda e talz \ii
 Anyway, postarei capítulos novos aqui sempre que sair algum. Os desenhos continuam, também.

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OI

PRÓLOGO

Desenhar era algo cotidiano para Arthur. Há doze anos, quando o jovem rapaz ainda era uma criança em seus oito anos de idade, ganhara uma caixa de lápis de cor de seus pais. Não era, porém, uma simples caixa de lápis de cor como as das outras crianças, era muito mais que isso. A sua possuía quarenta e oito cores diferentes, enquanto as dos seus amigos tinham simplesmente doze tonalidades básicas e sem graça nenhuma. Como todo garoto que gostava de mostrar o que tinha de superior, sempre levava a caixa na escola, para fazer inveja aos outros alunos. Suas notas em matérias relacionadas a desenhar, inclusive, eram sempre as maiores da sala. A professora vivia elogiando o garotinho, que a partir de então decidira que desenharia por todo o resto de sua vida.
Não quebrou a promessa. Arthur continuou a desenhar incansavelmente, fazendo pelo menos um por dia. Mesmo quando o dia só tinha dez minutos para serem gastos livremente, esses dez minutos eram usados para se desenhar algo. Suas técnicas foram se aperfeiçoando, e seus desenhos, cada dia mais elogiados pelos amigos, professores e familiares, tornaram-se característica que o identificava perante a sociedade da sua pequena cidade. Logo ficara conhecido como Arthur, o desenhista.
Sua reação quanto à sua humilde fama variara conforme o tempo. Quando criança, ficava apenas feliz com a idéia de ser elogiado por algo que adorava fazer. Conforme o tempo foi passando e a adolescência chegou, começou a se achar um rei na área artística. Seu ego aumentava um pouco a cada comentário positivo que ouvia. Quanto às críticas, simplesmente as ignorava. Não aceitava a idéia de pessoas que nem sequer faziam homenzinhos de rabiscos pudessem encontrar defeitos em suas obras que, para ele, beiravam a perfeição.
Logo, começou a ganhar um pouco de dinheiro com tudo isso. Pessoas e mais pessoas apareciam pedindo para serem retratadas. Em seus dezessete anos de idade, o fazia com maestria. Captava cada detalhe do rosto das pessoas, passando-os para o papel com técnicas de lápis aperfeiçoadas ao máximo. Cobrava pouco, mas como os pedidos eram vários, acabava com uma boa quantia ao final de cada mês.
Apesar de famoso e constantemente elogiado por seus desenhos, Arthur tinha uma vida solitária. Quando criança, preocupava-se mais em desenhar que em fazer e conviver com amizades. Ao passar dos anos, sua dificuldade em se relacionar com as pessoas foi crescendo, ao mesmo tempo em que seu ego cada vez maior e sua personalidade forte influíssem para que fosse taxado de um garoto chato e metido. Não ligava muito para isso, no começo, mas quando percebeu que sem seus desenhos não teria o que fazer e com quem fazer, começou a procurar firmar algumas relações. Poucas deram certo.
Uma das que tinha vingado era com Ana, que conseqüentemente virara sua melhor e única amiga. A garota era muito positiva, e sempre tendia a ver o lado bom das coisas, característica que lhe proporcionara uma quantidade de amigos e admiradores enormes. Apesar de ser grande amiga de Arthur, Ana sempre dizia que não o conhecia tão bem. O garoto era fechado, e não refletia seus sentimentos de modo expressivo, fazendo com que nem sua melhor amiga o conhecesse direito ou soubesse o que ele pensava em determinadas situações.
O rapaz terminou a escola e conseguiu ingressar em uma faculdade, onde já freqüentava o terceiro ano do curso de Artes Plásticas. Sua amiga Ana estudava na mesma instituição, mas fazia o curso de Artes Cênicas. Sempre fora expressiva e interessada em teatro, e dizia freqüentemente que ainda seria uma artista famosa, ou que escreveria e dirigiria peças que se tornariam conhecidas. Arthur, porém, percebera há um tempo que diferente de sua amiga, não possuía ambições, queria simplesmente continuar desenhando, e se trabalhasse com isso, poderia passar mais tempo o fazendo.
Suas notas no curso eram sempre altas, e logo tinha virado exemplo de admiração para vários alunos. Gostava disso, de sempre ser o centro das atenções, e percebera que se não o fosse, sua vida se tornaria um lixo, até porque ainda tinha dificuldades em nutrir amizades. Ana continuava a ser sua única e melhor amiga, mas afastara-se um pouco, em comparação à época de escola, por não estudar mais na mesma sala que ele e por ter que realizar trabalhos diferentes, sobrando pouco tempo livre permitindo que os dois pudessem se ver. Percebeu, porém, tarde demais. Não teve tempo para tentar mudar e permitir que se tal coisa acontecesse, pudesse lidar com isso de uma forma sadia.
Foi durante o começo de seu terceiro ano como universitário que as coisas mudaram. Um novo aluno, transferido de uma outra instituição, chegara e impressionara a todos logo de cara. Seus dons artísticos equiparavam-se aos de Arthur. O rapaz, que se chamava Guilherme, diferentemente de Arthur, não dava tanta importância ao que os outros pensavam de seus trabalhos. Agradecia os elogios e as críticas constantemente, mas era perceptível que para ele, tudo isso era indiferente.
Arthur, obviamente, começou a invejar o rapaz que repartia o posto de centro das atenções com ele, declarando-o secretamente como seu inimigo mesmo antes que o pudesse conhecer direito. Evitava participar de conversas que envolviam Guilherme, e irritava-se com a simples menção de seu nome. Não gostava dele, não gostava de seus desenhos, mesmo sabendo que eram todos muito bons. Não gostava da admiração que sentiam por eles e não gostava do fato de que alguém algum dia pudesse ser melhor que ele.
Conviveu com isso por algum tempo, seu humor ficando cada vez mais instável. Ana percebia a raiva acumulada, e aconselhava-o sempre a deixar de ser bobo e aprender a aceitar que nem tudo aquilo que queremos pode se tornar realidade. Nada, porém, conseguia convencer a teimosia de Arthur, que se esforçava cada vez mais em seus estudos para voltar a ser o melhor.
Tudo mudou, porém, em um dia como qualquer outro de abril. Arthur acordou e levantou-se de sua cama, quando percebeu algo muito estranho em si mesmo: por mais que tentasse, seus braços, mãos e dedos não se mexiam. Achou que pudesse ser apenas dormência de seus membros, conseqüente de poder ter dormido em alguma posição ruim. Mas sua suposição passou rapidamente quando percebeu que o formigamento não passaria tão rápido, e quando, ao dirigir-se ao banheiro para ver se o espelho denunciaria algum indício suspeito em seus braços, viu que uma mensagem muito estranha estava escrita em uma tinta negra sobre o vidro:
“SEUS BRAÇOS, MÃOS E DEDOS FORAM TOMADOS DEVIDO À SUA MÁ UTILIZAÇÃO DURANTE OS ÚLTIMOS VINTE ANOS. ENTRAREMOS EM CONTATO EM BREVE.”
Abaixo da estranha mensagem, encontrava-se algo mais estranho ainda. No local em que deveria haver alguma assinatura, lia-se simplesmente uma palavra escrita: “OI”.
Antes de qualquer outra reação desesperada que teria em poucos segundos, a primeira coisa que Arthur fez foi se perguntar:
- Quê?

Um comentário:

Clá disse...

adorei!!!!
quando vai postar o proximo?